Analisando a trajetória do Oficina, a crítica Mariângela Alves de Lima indica: "O diálogo entre conhecidos é substituído bruscamente pela proposta de abandonar todas as mediações do espetáculo e procurar outro público, outra forma de comunicação, outro espaço de atuação e outras formas de informação. O desejo de viver uma integração, depois de ter esgotado a particularidade de um grupo social, inverte a direção do trabalho do Oficina para a estranheza de todos os níveis da comunicação artística. (...) A metáfora perfeita e a conclusão para o sonho dessa passagem é a tomada do espaço atravessado pela cidade, por todos os estranhos que o Oficina sonha alcançar desde que rompeu as relações familiares. A Usina: uma rua onde nada está dado. A cidade atravessa-a com todas as suas diferenças de tal forma que o Oficina se perca nessa multidão e possa confundir-se com ela e ser o que ela é". É evidente que o teatro oficina é uma vanguarda brasileira, afinal o teatro, os livros, as pinturas, a arte em si, ganho um novo perfil, um novo modo de agir, graças a arte do teatro Oficina.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Documentário
Segue um documentário proveniente do youtube sobre o teatro oficina
http://www.youtube.com/watch?v=gM0JnqwK880 (parte 1)
http://www.youtube.com/watch?v=gZsORVtTd28 (parte 2)
http://www.youtube.com/watch?v=UzKZr9J3VAs (parte 3)
http://www.youtube.com/watch?v=qyWr7X1IdIs (parte4)
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http://www.youtube.com/watch?v=gM0JnqwK880 (parte 1)
http://www.youtube.com/watch?v=gZsORVtTd28 (parte 2)
http://www.youtube.com/watch?v=UzKZr9J3VAs (parte 3)
http://www.youtube.com/watch?v=qyWr7X1IdIs (parte4)
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O REI DA VELA - O grande impulso
Em 1967, com O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, o Oficina alcança grande notoriedade, lançando o tropicalismo, que aglutina setores da música, do cinema e das artes plásticas, dando impulso a um movimento estético coeso e de abrangência nacional. Essa hegemonia o coloca em posição de destaque e referência dentro da cultura brasileira dos anos 1960. Levado à Europa, o espetáculo torna o grupo internacionalmente conhecido. As montagens de Galileu Galilei, 1968, e Na selva das cidades, 1969, ambas de Bertolt Brecht, coroam esse movimento ascensional e são consideradas perfeitas recriações brasileiras do universo do autor alemão. Dão oportunidade a elogiadas interpretações de Renato Borghi, Ítala Nandi, Correa e Castro e Fernando Peixoto. Com 'O Rei da Vela' o teatro oficina atingiu a sua glória ganhando reconhecimento nacional e internacional, tendo viazualização de grandes ícones e personalidades da época, espalhados pelo mundo todo.
TEATRO OFICINA - Divisor de águas da arte brasileira
O Teatro Oficina distinguiu-se por ter absorvido, na década de 60, toda a experiência cênica internacional e foi neste lugar que seria lançado na cultura brasileira o que ficou conhecido como Tropicalismo, estética ligada ao movimento antropofágico de Oswald de Andrade e que influenciou músicos, poetas e outros artistas. A representação desse Tropicalismo se deu no Teatro Oficina com a estréia de O Rei da Vela, em 1967, atuada por outro fundador do Oficina, Renato Borghi. "A dramaturgia bombástica me fazia sentir atuando dentro da raiz e da alma brasileira; nesta peça, o Oswald falava do Brasil de uma forma antropofágica, devorando o que gente tinha de bom e de péssimo. O Oswald pegou o Brasil por todos os lados, devorou-o e depois o cuspiu no palco. E eu assinei em baixo, com sangue, suor e lágrimas..." relembra Borghi.
Sem nenhuma dúvida o teatro Oficina representou um marco histórico na arte brasileira, surgiu em um momento histórico bastante conturbado, onde as mandíbulas da ditadura contra a liberdade de expressão estavam prontas para abocanhar quem se atrevesse contra ela. Sob a inflência do tropicalismo, o teatro Oficina exerceu importante papel sobre os artistas da época.
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